Destinado a troca de informações e divulgação da flor, a camélia e da sua arvore, a "japoneira". Também é intenção deste blog a divulgação dos jardins e casas de grande valor patrimonial, associados à camélia. Blog about camellias- you can participate
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Jardins da Quinta de S. Inacio de Fiaes
Gentilmente enviada por Joana Andresen, familiar dos proprietarios da Quinta de S. Inácio de Fiães, uma resenha sobre a
Quinta de Santo Inácio (Park & Zoo S. Inácio)
A Quinta de Santo Inácio situa-se em Avintes, Vila Nova de Gaia. Além do Zoo, tem ainda os jardins e bosque abertos ao público, que se estendem numa área de cerca de 4 ha.
Esta Quinta - antigamente conhecida como Quinta de Santo Inácio de Fiães - pertence à família Van Zeller desde 1773. Encontra-se mencionada em publicações do séc. XVIII, e mais tarde no Jornal de Horticultura Prática, onde é frequentemente citada e considerada uma referência para a horticultura portuguesa do séc. XIX, não só pelas rosas, azáleas, rododendros, mas sobretudo pelas suas camélias. José Marques Loureiro, na publicação acima mencionada, vol. 13, 1882, escreve: “... Para o Porto as primeiras camélias que vieram foi aí por 1808 a 1810, encomendadas pelo Snr. Van-Zeller e outros distintos amadores...”. Os eucaliptos - entre os quais se destaca o enorme Eucalyptus Obliqua, a “alma” da Quinta - e outras árvores de grande porte também são referidos por vários autores.
Os Jardins Formais são recentes, mas concebidos com o intuito de recriar o anterior jardim. Incluem uma colecção de cerca de cem variedades de rosas antigas, o jardim das fuchsias, o jardim das hidrângeas, vários jardins com mixed-borders e o jardim das ervas aromáticas, além de um relvado com magnólias.
Partindo do lado nascente da Casa entramos no Jardim Romântico. Aqui, vamos avançando num entrelaçado labiríntico de pequenas ruas limitadas por sebes de buxo talhado, que desenham canteiros de azáleas, rododendros, kalmias e uma autêntica floresta de camélias, que se vão prolongando pelo Bosque onde existem inúmeras árvores – pinheiros mansos, eucaliptos, eugénias, tulipeiros e outras - que formam como que um toldo à vegetação mais baixa.
No Jornal de Horticultura Prática de 1892 há um artigo de A. d’Almeida intitulado “Fiães, Éden das Camélias”, incluindo uma relação de 33 das muitas camélias lá obtidas. Actualmente a Quinta permanece um Paraíso das Camélias, com centenas de variedades portuguesas e estrangeiras exclusivamente oitocentistas, pois desde cerca de 1900 não se plantaram mais camélias, e as de menor porte são as filhas e netas das originais. É sem dúvida um Jardim Histórico que vale a pena visitar!
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